terça-feira, 21 de outubro de 2025

A IA e sua assinatura - Treinando o robozinho a décadas

 

  


Desde que a internet surgiu, ainda me lembro os primeiros sentimentos ao ouvir o barulho ensurdecedor da discagem ou a emoção do primeiro e-mail ou conversas nos chats abertos, nós seguimos na missão de treinar essa "inteligência" que é artificial, mas que tenta clonar nosso olhar. 

Muita gente hoje faz tudo com IA, principalmente pra divulgar e implementar seus produtos e serviços. Muitas pessoas, no automático total, deixam passar a "assinatura" dessa IA que é super inteligente, mas sempre deixa sua marca, um dedo a mais, um detalhe obscuro que muitas vezes só percebemos quando damos zoom, códigos estranhos nas imagens, expressões confusas etc. Uma assinatura quase imperceptível, e no fundo não sabemos se é um bug mesmo, um errinho bobo ou se ela está só brincando conosco, tentando ser divertida. 

Mas os que não são detalhistas não percebem ou não ligam para essas pequenas imperfeições diante do efeito e praticidade que ela representa hoje!

O fato é que as grandes plataformas, não citaremos aqui por conta do algoritmo que nos observa como uma grande Matrix, nos faz de cobaias e objeto de estudo para usar contra nós, quem sabe, utilizando o nosso saber e sentir, nos fazendo consumir e emburrecer cada dia mais ao longo dos anos, de forma que tenhamos cada vez mais dúvidas e sejamos cada vez mais dependentes dessa "ajuda" rápida e já necessária.

Me lembro de que a décadas atrás sabíamos endereço, cep, nome e telefone dos amigos, sem necessidade de agendas ou outro recurso, a mente era mais ágil e fluída, hoje não pensamos, é muita informação e estímulo para um único cérebro e toda dúvida que nos surge não buscamos mais no nosso HD pessoal, corremos para as plataformas diversas, e agora temos uma ajuda extra dos "Chats-Inteligentes" que tiram todas as nossas dúvidas como um especialista universal, quase divinal. 
O que muita gente não percebe é que no fundo os nossos "Chats-inteligentes" também ficam confusos e o que eles não sabem eles inventam, principalmente na versão gratuita, que é o que mais tem sido utilizado pela maioria. Os mais jovens estão realizando até análises e terapias com o amigão chat, o que torna tudo mais perigoso, porque ela vai analisar o que quer saber e te dará a resposta que quer ouvir baseado no que você fornece a ele, dessa forma não há reflexão ou debates e sim uma "terapeuta que só dirá o que você quer ouvir" e o problema em si permanecerá lá intacto e não tratado como se deve, e mais triste ainda, sem o abraço do terapeuta no final da consulta, que muitas vezes conforta e cura.
 
O segredo da resposta exata, segundo os mais entendedores, é um "prompt" pois quando achamos a resposta duvidosa e aprofundamos mais nos sites oficiais pegamos nosso amigo "chat" na "mentira".
Então os especialista, quando citamos algum erro logo falam, fez a pergunta errada, ele é perfeito, melhore o "prompt":
"Um prompt é uma instrução, comando ou pergunta em linguagem natural que você dá a um sistema de inteligência artificial (IA) para que ele execute uma tarefa, como gerar textos, imagens, vídeos ou códigos. Funciona como a ponte entre o usuário e a IA, sendo que quanto mais claro, específico e completo for o prompt, mais precisa e relevante será a resposta da IA. "

É um caminho sem volta.
Tanto da informação que escorre cérebro abaixo quanto ao fator dominador que eles aperfeiçoam a cada segundo enquanto levamos nosso vidinha rotineiro e monótona de deslizadores de dedinho no celular.

Yuval Noah Harari diz em seu livro "Nexus":
"Nos últimos 100 mil anos, nós, sapiens, certamente acumulamos um poder enorme. A mera listagem de todas as nossas descobertas, invenções e conquistas ocuparia muitos volumes. Mas poder não é sabedoria e, depois de 100 mil anos de descobertas, invenções e conquistas, a humanidade se arrastou para uma crise existencial. Estamos à beira da catástrofe ambiental, causada pelo mau uso do nosso próprio poder. Também andamos nos dedicando à criação de novas tecnologias, como a inteligência artificial (ia), que podem escapar de nosso controle e nos escravizar ou nos aniquilar. Mas em vez de a nossa espécie se unir para lidar com esses grandes problemas existenciais, as tensões internacionais estão aumentando, a cooperação global vem se tornando mais difícil, os países estão ampliando seus arsenais de aniquilação total, e não parece impossível que uma nova guerra mundial aconteça. Se nós, sapiens, somos tão sábios, por que somos tão autodestrutivos? Num nível mais profundo, embora tenhamos acumulado muita informação a respeito de tudo, de moléculas de dna a galáxias distantes, toda essa informação não parece nos ter dado uma resposta para as grandes perguntas da vida: quem somos? A que devemos aspirar? O que é uma vida boa e como devemos vivê-la?
Yuval Noah Harari - Nexus_ Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial -Companhia das Letras (2024)

E assim vamos seguindo com pouca reflexão e sendo engolidos pela tecnologia, tecnologia esta que alguns já se adaptaram e estão a utilizam/ganhando muito bem, enquanto outros só consomem se divertindo deslizando seus dedinhos nos smartfones cada vez mais rápidos e viciantes, e fazendo vídeos de bebês que nos fazem rir e nos deixam um pouco fora da realidade dura e cruel que nos impõe a jornada exaustiva.

Claro que há um grupo que vem fazendo o caminho inverso, desprezando a exposição das redes, onde há uma ação de retomar rotinas básicas, orgânicas e vitais, lendo, admirando a natureza e tentando criar memórias reais fora das telas, mas ainda é um percentual pequeno em relação a enormidade que segue hipnoticamente em busca de likes.

Segundo reportagem da BBC de julho desse ano:
"Pesquisas recentes indicam que cerca de um terço de todos os usuários de redes sociais postam menos do que um ano atrás. E esta tendência é especialmente presente entre os adultos da Geração Z (os nascidos entre 1995 e 2010)."


Hoje, depois de quase 30 anos de contato com a internet percebemos que as desvantagens em postar nossa rotina é muito maior que as vantagens, pois informando ao mundo nossa vida, estamos concorrendo, desnecessariamente, com todo o esgoto aberto de inutilidades que vemos em vídeos sem conteúdo, bobos, excessivos, onde o povo com o argumento de humor muitas vezes expõe avós, mães, pais, filhos e pets chegando ao desconforto e ao ridículo para ganhar likes e R$ na conta. Lembrando que cada emoji ou interação nas redes só reforça e segue de forma estatística para sejamos cada vez mais desnudados e seduzidos em nossos desejos mais íntimos, recebendo informações e imagens cada vez mais precisas do que queremos consciente ou inconscientemente consumir... 

Não generalizo, mas muitas vezes é um entretenimento que faz um desserviço ao invés de alertar ou ajudar quem realmente precisa.

Claro que estão acontecendo em paralelo, coisas boas e benéficas também, em meio ao caos. 
Alguns especialistas que nunca teríamos acesso, hoje em suas redes nos dão dicas de saúde física e mental, compartilham suas vivências e experiências reais, trazendo informação de qualidade e confiável.
Mas o percentual desses benfeitores reais ainda é pequeno, mas felizmente eles existem e fazem a gente ficar com o coração quentinho recebendo informação que realmente ajudam quem precisa. 

Nos resta então ter sensibilidade para separar o joio do trigo e adaptar a nossa realidade.

Como todos os desafios tecnológicos que chegaram ao longo dos séculos a pergunta vem: 
Onde isso tudo vai parar ou no que vai dar?
Não sabemos ao certo, porque o processo é dinâmico e o ser humano é instável e manipulável.
Só nos resta tentar manter o sanidade e tranquilidade para tentar discernir e diferenciar o fato do fake e seguir um dia de cada vez, na esperança de dias melhores, sem ser objeto de estudo ou cobaia de nada ou de ninguém, ou de quem está por trás das IAs. 

O importante é continuarmos sendo e sentindo como seres vivos, conscientes da nossa existência e da nossa importância nesse planeta, sendo parte, seguindo nosso propósito e tornando nossa existência e convivência um aprendizado bom e evolutivo para quem fica depois de nós e não destruindo tudo a nossa volta como tem sido feito, num desrespeito eterno ao ambiente que vivemos.

Ailton Krenak fala em seu livro "Ideias para adiar o fim do mundo" que "Nós não somos as únicas pessoas interessantes no mundo, somos parte do todo."

Somos natureza e como tal somos únicos, intensos, frágeis e finitos. 

A tecnologia virá e avançará, mas nossa essência, humanidade, gentileza, generosidade, originalidade e precisão de agir instintivamente com amor e empatia isso não poderá ser clonado ou copiado.

 
Graziela Morais


domingo, 17 de agosto de 2025

Vergonha alheia - Aprecie o silêncio sem moderação!

 

Não tem nada para falar, não fale! 

Na falta do que dizer fique mudo, calado, deixe o silêncio atravessar você e respire a paz que essa ausência de som te proporciona!

Quando mais jovem falava muito, o tempo todo, o silêncio me assustava e falar era para mim libertador, pois eu sentia necessidade de falar e nunca deixar brechas. Era como se o silêncio revelasse a solidão e tristeza que invadia minha rotina e deixasse transparente para todos a minha volta o lado monótono e sofrido da minha existência sem graça e problemática, então eu falava, falava e falava. Era o escape para mostrar felicidade, bom humor e alegria a todos que me cercavam. 

O lado ruim de tudo isso é que mesmo sendo boa ouvinte acabava partilhando momentos e intimidades que volta e meia me colocavam em situação de vulnerabilidade, dando margem a alguma fofoca ou comentário maldoso que muitas vezes nem sabia de onde vinham ou de onde haviam surgido, muitas mentiras e enredos que muitas vezes nunca soube o desfecho por conta de falar muito e me abrir para pessoas erradas e desequilibradas emocionalmente. 

Em uma época que ainda não existia haters ou redes sociais tão presentes, a fofoca era o canal que traçava a discórdia para os falantes de plantão.

Então um simples desabafo com alguém que se fazia de amigo era o suficiente para iniciar uma história desencontrada e perigosa. E como um telefone sem fio do diabo a falação mentirosa corria solta, sem provas ou prints, apenas um "me disseram", "eu ouvi ela dizer", "ela falou que"...

Mas a maturidade é linda e chega para quase todos...Alguns vão morrer sem se deliciar com ela, mas para quem tem sorte de recebê-la, em qualquer idade ou momento, ela chega transforma e ressignifica tudo. E quando vem ela nos trás paz e discernimento, nos fazendo enxergar tudo de forma leve, clara e quase inacreditável. Não perdemos mais tempo, nem energia vital falando sem necessidade, tudo começa a fazer sentido.

Dai vem aquele pensamento, " se eu tivesse a maturidade emocional que tenho hoje aos 25 anos tudo teria sido mais leve e diferente"! Mas não tem como pular etapas, tudo que vivemos, de certa forma, foi responsável por quem somos hoje e agora, então a famosa maturidade vem quando estamos preparados para entender e absorvê-la como uma sabedoria divida que nos faz melhor!

E a vida vai seguindo o curso orgânico de sempre, devagar, e estar vivo e com saúde é uma dádiva, e as ações valem mais que as palavras! Amar sem agir, só falando ou escrevendo nas redes sociais, não faz sentido, amar agindo no dia a dia e nos pequenos gestos é o que importa! Falar todos nós falamos desde que aprendemos a primeira sílaba, mas o agir em silêncio, fazendo sua parte como ser humano ético, gentil e sábio é o que faz diferença na humanidade... 

E como diz a música, pois estaremos aqui menos falante na busca diária da paz e da evolução que nos alimenta a alma, seguimos amando e evoluindo "até quando Deus quiser"!

Então...faça silêncio e sinta o movimento da vida que se apresenta em silêncio e em paz, nos bastidores, no dia a dia, em cada amanhecer! Ninguém precisa saber tudo ou emitir opinião sobre tudo, no fundo ninguém quer saber sua opinião, sua opinião muitas vezes só é importante para você! Você não é o centro do universo como o lindo "alecrim dourado" é só mais um ser amado por Deus que terá o privilégio de partilhar sua existência nessa jornada chamada vida! 

Graziela Morais

sábado, 26 de julho de 2025

A alegria e o prazer de não fazer NADA...

 


Fazer NADA é libertador!!

Num mundo onde temos que fazer milhares de coisas por segundo, não fazer nada, nos devolve a paz!

Por muito tempo eu achei que fazer nada era inadmissível, pois revelaria coisas como preguiça, procrastinação, burrice, inércia entre outras bobagens, mas mesmo em meio a agitação do dia inevitável, temos que reservar nosso tempo de "fazer nada", pois além de necessário ter nossos momentos de pausa, o cérebro também cansa e entra em colapso pelo excesso de escolhas. 
Nenhuma sobrecarga nos faz bem, apesar do mundo trabalhista e os Coachs dizerem o contrário em suas palestras milionárias.

Desconectar, parar, pausar, é fundamental para se manter em movimento!

Descobri tardiamente, depois de uma vida de ansiedade e hiperatividade, que não somos uma máquina e que nosso corpo e cérebro precisam de pausas para produzir e seguir saudável.
Claro que pausa não tem nada a ver com falta de atitude ou algo que nos impeça de agir quando necessário, mas fazer nada e respirar consciente, conseguindo ouvir os pássaros e o som da natureza nos beijando o rosto, nos devolve para um ambiente que é nosso, e que nos reconecta com a vida!

Quando estressados não conseguimos mais ouvir nem mesmo o som do nosso próprio batimento, perdemos a sensibilidade e paz, e é isso que devemos evitar.

Não precisamos estar diante de um lindo mar azul nas ilhas Maldivas pra sentir Deus. Podemos sentir a sensação de paz e amor de Deus em qualquer lugar, num parque ou mesmo sentada num banco da praça vendo o movimento e sentindo os sons que nos cercam, basta estarmos abertos para sentir essa paz respeitando nossos limites! A escolha é nossa sempre!

Parar, pra se manter em movimento! Ressignificar o "NADA"  e nos reconectar com a vida e com a paz que temos dentro de nós! Essa é a meta!

Graziela Morais

terça-feira, 15 de julho de 2025

Até que ponto viralizar é essencial para a vida?!

 


Recebi um vídeo desse garotinho, e ao pesquisar vi que ele tem hoje 525 mil seguidores só no Instagram e 6,34 mil inscritos no Youtube, já pode ser considerado um Mini-Influencer. 
A frase que faz a moçada rir é: “ah tem gostinho de maçã” - “sabe o que que tem gosto de maçã e é bem melhor? maçã porra”
Me disseram que ele é a nova sensação porque fala de forma engraçada, temas polêmicos, quase um "miniET".
Não consigo ver graça no vídeo, fiquei imaginado onde estariam os pais enquanto a criaturinha desbocada estava gravando? Estariam atrás das câmeras ou já largaram a criaturinha a vontade para forçar muitos likes e virais, já que hoje em dia viralizar é o caminho do sucesso! 
O perfil dele diz que é monitorado pelo pai... Enfim... Imagino que tenha 5 ou 8 anos no máximo, e nesta idade as crianças tem que brincar, ler, interagir com outros seres humanos da idade dele e não ficarem coladas num celular falando palavrão e dando opiniões polêmicas sobre assuntos diversos, por mais inteligentes que sejam.
Viver atrás de uma tela falando tudo que pensa é viciante e extremamente perigoso para a mente, pois do outro lado da tela sempre tem comentários que podem destruir a vida de uma pessoa adulta, quem dirá de uma criaturinha dessas que mal saiu das fraldas e tem a vida toda pela frente para errar, acertar e aprender. Um desperdício de energia vital.
Como Geração Z, ele já nasceu no digital, e é natural e orgânico essa dependência da tecnologia, mas a dependência de aprovação e likes é opcional e esse filtro deve ser feito pelos pais, já que nesta idade a criança pode até saber se posicionar diante do celular, mas não responde ainda pelas bobagens que pensa ou fala... 

Saiu em uma reportagem na BBC em 2019:


E essas restrições dos nossos gênios e criativos do século não são a toa, eles sabem do mal que a tecnologia faz com o cérebro humano e que crianças em fase de crescimento precisam exercitar o cérebro de forma criativa nesse período, qualquer Neurologista concorda com isso hoje em dia.
E sim, não tenho lugar de falar por não ser mãe, mas sou tia, e já criei e convivi com muitas crianças e sei exatamente o efeito maléfico das telas na vida de todas elas.
Não precisa ter lugar de fala para saber o que faz bem ou mal para nós e para uma criança é só observar! Nos dias atuais estamos perdendo a sensibilidade de ver o que está a nossa frente. 
As reações e consequências estão aí, mas muitos preferem varrer para debaixo do tapete e ignorar.
Certa vez estava numa sala de espera com minha mãe, e havia do nosso lado uma mulher com uma bebê recém nascida no colo e ao primeiro sinal de choro ou desconforto a mãe, jovem, logo tirou o celular e colocou um desenho dinâmico e barulhento para a bebê que não tinha nem 3 meses observar, bem perto dos olhos dela... Logo a criança hipnotizada parou, sem reação diante do colorido. A mãe alegou que a tela a acalmava... Não, não acalma... paralisa, abstrai a realidade e transforma o pequeno cérebro em desenvolvimento em uma "amoeba" só seguindo a onda e colorido sem saber o que fazer, ela não tem opção, só olha e abstrai a vida.
Segundo especialistas: "O uso de telas e celulares em excesso por recém-nascidos e crianças pequenas pode causar malefícios significativos no desenvolvimento, incluindo atrasos na fala, problemas de visão, dificuldades de aprendizado, problemas de sono, obesidade e impacto na saúde mental"

É uma triste realidade que nos assola diariamente. 
Antes usávamos chupeta ou mesmo, como contam os antigos idosos, as mães da roça que precisavam fazer seus serviços domésticos,  faziam trouxinhas de tecido com açúcar dentro para as crianças chuparem e o docinho ia acalmando os bebes até dormirem. 
A verdade é que esses "calmantes improvisados" sempre existiram e existirão, mas nenhum é tão desastroso como as telas nos dias de hoje.

Experimentar a simplicidade do viver e do existir e coexistir com o universo e a natureza nos revela nossa humanidade e como é bonito fazer parte. Nos comprova de forma clara e simples que não precisamos viralizar para sermos quem somos, basta respirar e sentir a vida real como ela é.
Estamos deixando de viver o real para ter sucesso numa vida de likes sem sentido ou propósito totalmente fake, e só saberemos o resultado exato disso quando essa geração passar, pois o estrago feito será visto daqui um tempo, se não tomarmos consciência e corrigirmos hoje, infelizmente.

Por incrível que pareça existe vida fora das telas e é na vida real que tudo acontece de verdade!

Graziela Morais


terça-feira, 8 de julho de 2025

Inveja é uma MERD@

 

Inveja é uma merd@!

Acredito que a inveja seja o maior "feitiço" que exista na mundo, desde sempre. 

Muitas pessoas acreditam em "trabalhos" feitos, "macumbas", magias e coisas do além como o grande vilão dos relacionamentos humanos! 

Eu acredito que maior que tudo isso, é um invejoso que deseja o que é seu, do seu ladinho diariamente, pois nessa energia negativa ele pensa, planeja e realiza tudo que está ao alcance dele contra quem ele tem inveja! Chega a ser carinhoso e prestativo, só para te observar mais de perto. Muitas vezes vira seu melhor amigo, só pra ter o privilégio de mais informações sobre sua vida!

O invejoso está sempre a espreita, observando, se fazendo de amigo e desejando tudo que é seu, em silêncio, consciente ou inconscientemente. 

Mesmo que não tenha nada material ou riquezas ele está sempre ali, querendo, desejando, porque geralmente as pessoas não tem inveja do que você TEM e sim do que você É!  

Muitas vezes, demoramos a perceber essa diferença ao longo da nossa jornada! Mas a questão toda é que ter brilho próprio, carisma e alegria de viver incomoda, e muito!

Ser desenrolada, resolutiva e simpática é um insulto para quem é invejoso, rancoroso e mal amado. 

Não há necessidade de poderes do além ou algo sobrenatural para fazer o mal, pois o invejoso próximo de você, é capaz de tudo para te prejudicar e tentar ocupar o seu lugar ou tentar ter o que é seu!

A inveja é tóxica e terrivelmente contaminadora, mas é também sutil e pode passar sem que percebamos muitas vezes.

Mas não precisamos mudar nosso jeito de agir ou ser, só precisamos ficar mais atentos, observar, sem dramas ou exageros, e nos blindar desse energia ruim. Distanciamento e silêncio, afinal informação é poder! Quanto menos sabem sobre nós, mais preservados e blindados nos tornamos diante do mal em forma de "serhumaninho".

Ser ético, empático, gentil e feliz está na essência de poucos, e a maturidade nos ensina a valorizarmos tudo que temos, seja muito ou pouco, e também a termos mais tranquilidade diante das dificuldades. Então não devemos mudar a nossa essência por nada, nem por ninguém. Pois tudo de bom que sentimos e fazemos é para nosso próprio crescimento, evolução e bem estar. 

Não há nada mais triste que chegar na reta final da nossa jornada e ver que não crescemos nem aprendemos nada com tudo que vivemos. Vivemos uma única vez, mesmo tendo muitas teorias pós morte física, e tudo a nossa volta é aprendizado! 

Não precisamos salvar o mundo, mas aprender algo é essencial, por menor que seja, para valer a pena nossa caminhada nesta terra! 

Ser tóxico, invejoso e negativo é um problema dos outros não nosso, e os invejosos terão que conviver com essa toxicidade sozinhos, na vidinha medíocre que escolherem viver. 

Na vida sempre temos livre arbítrio para decidirmos nossas escolhas, a responsabilidade de cada pequenina decisão é nossa. 

Então, podemos entrar na mesma energia e nos contaminar, ou nos blindar com sabedoria, alegria, amor e bom humor, e seguir a vida em paz, fazendo o bem por nós mesmos, deixando que a luz de Deus e a gratidão pela vida circule em nossa corrente sanguínea, tornando nossa jornada produtiva, simples e feliz!

Afinal de contas a vida é breve, e a maturidade nos mostra que não devemos perder energia com o que não nos pertence! 

Nossa energia vital é um presente de Deus, e deve ser utilizada com o que realmente importa e com quem nos quer bem de verdade!  

Graziela Morais

quinta-feira, 3 de julho de 2025

O mundo acabou e ninguém percebeu...

 

Ás vezes eu acho que o mundo acabou e ninguém percebeu!

A pandemia em 2020 nos deu essa sensação de abstração do mundo real, finitude e caos, e desde então as coisas vem seguindo numa velocidade irreversível, onde a informação, a tecnologia e as pessoas cada vez mais alteradas, sucumbem num caos invisível, diariamente!

A suposta aceleração do tempo, a evolução diária da tecnologia, e mentes confusas e adoecidas, seguem num caminho sem volta,  mesmo sabendo que a evolução ou finitude é um processo que vem acontecendo desde o primeiro organismos celular, mas para nós que vivemos o presente em 2025 parece tão assustador como nunca. 
Os dias e as horas permanecem iguais, mas nossa rotina, percepção e relógio biológico não são mais os mesmos a tempos.
A música de Lulu Santos já nos dizia "tudo muda o tempo todo, no mundo" e muda forte, muda rápido, muda descontroladamente! 

Seguimos servindo à tecnologia, treinando a Inteligência Artificial diariamente, a alimentando com nossos dados, desejos, sentimentos e percepções, até que um dia não seja mais possível diferenciar o real do virtual, pelo menos aqui nas telinhas. 

Apesar de termos toda a informação "na palma da mão", pois hoje já somos 211,1 milhões de seres humanos no Brasil e segundo a "Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) registra 268.266.822 milhões de linhas de telefonia móvel ativas no Brasil", continuamos tendo dificuldades reais de renda, pouca e deficitária educação formal, e apesar de estarmos todos conectados, não significa que utilizamos o conhecimento de forma produtiva e inteligente, para nosso crescimento pessoal.

São poucos que realmente utilizam a tecnologia para algo inovador e proveitoso, em prol do bem do próximo. Otimizar, curar, ajudar! Alguns até tentam, mas no geral todo o progresso e evolução tecnológica está sendo armazenada e utilizada para demonstrar poder e para vencer mais rapidamente guerras físicas ou biológicas/tecnológicas.

Utilizamos dessa forma a tecnologia só pra abstrairmos a realidade tão cruel com memes, vídeos e musiquinhas hipnóticas e engraçadas. 

Temo essa próxima eleição de 2026, pois se já haviam FakeNews sem muita tecnologia, imagine agora. 
Nas próximas eleições, estaremos entregues, vulneráveis e à mercê de quem for detentor de um bom hacker ou profissional de excelência que gerencie a IA de seus projetos, empresas ou órgãos. 
Será caótico e perigoso!

Segundo o Globo, "Com 105,3 milhões de usuários, aplicativo de vídeos curtos (TikTok) conquistou de vez o país. Pesquisa revela que oito em cada dez internautas que utilizam essa ferramenta abrem o app pelo menos uma vez por dia", sabemos que o vício é bem maior e os acessos também!

Seguimos pouco críticos e com tendinite no dedinho de tanto rolar a tela do celular, alienados e suscetíveis, a todo tipo de manipulação virtual, já que diante desses dados expostos temos uma estatística triste em relação ao que realmente exercita o cérebro, a leitura:
Segundo o Publishnews de 02/07/2025 a informação é que "Segundo o estudo, 36% dos brasileiros têm alguma dificuldade de compreender o que leem. Outros 29% dizem que não gostam de ler. Mais de 90% dos entrevistados entre 14 e 39 anos afirmaram usar seu tempo livre na internet e nas redes sociais, e somente 20% deles disseram ler livros nesse tempo. Mais: 54% dos leitores responderam que ninguém os influenciou ou incentivou a ler – número obviamente maior ainda entre não-leitores, 85%."
A leitura é um exercício físico e crítico para o cérebro, que nos permite diferenciar coisas e conceitos, não só um passatempo. 
A leitura é a chave para o desenvolvimento e funcionamento do cérebro humano, comprovado por pesquisas neurológicas diversas na atualidade. A leitura estimula a criação de novas conexões neurais, aprimora funções cognitivas como atenção, memória e raciocínio, e pode até proteger contra doenças neurodegenerativas. 
A nossa plasticidade cerebral nunca foi tão enfatizada e demonstrada de forma positiva para quem tem o hábito da leitura diária, seja ela qual for! 
Menos telas (redes sociais etc) e mais leituras e trabalhos manuais, essa é a "musculação para o cérebro" que nos permite ter sanidade e saúde mental. 

Essa semana me deparei com uma notícia local, aqui num shopping de Brasília, que recebi com uma certeza tristeza, por comprovar o que já falamos aqui.
A cidadã comum resolveu fingir que era famosa e de posse de um carrão e dois seguranças fakes ela entrou empoderada com celular a postos e foi entrando no shopping.
A medida que andava de forma firme e cênica a multidão a acompanhava com os olhos alucinada, achando que a misteriosa era famosa, sem saber de quem se tratava.
Foi um evento! 
Tudo registrado e noticiado num jornal local/web, e se não era famosa, ficará agora, depois do episódio como sempre acontece, já que o jornalismo agora vive dessas notícias sem muito conteúdo que tem grandes visualizações, as famosas notícias viralizadas. Nunca um Reels valeu tanto hoje em dia! Viralizou virou celebridade, seja qual bobagem for!
As pessoas a seguiram por todo shopping com celular na mão para fotografar a falsa famosa. Onde ao serem contidas, as mais curiosas gritavam com os seguranças fakes que precisavam tirar uma foto, e algumas gritavam "quem é ela? Fala! Quem é ela? Num desespero digno de ficção.
Uma vergonha e uma lástima, que comprova nossa alienação.
Uma geração de subcelebridades vazias, lacrações sem propósito ou conteúdo e caos em todos os setores.

A violência também cresce em todos os sentidos e setores! 
Ela sempre existiu, mas agora além de aumentar a medida que aumentamos em número populacional, ela tem visibilidade garantida em todas as mídias possíveis, e jornais locais das emissoras abertas ao público! Um lixo diário que sobrecarrega nosso cérebro diariamente.

Quem quer outro tipo de conteúdo tem que pagar por ele. 
Bons filmes, bons livros, boas músicas, bons documentários, esses estão nas principais plataformas de streaming que são pagos por mês, nem todos conseguem.

Todas as plataformas gratuitas estão contaminadas com propagandas que nos absorvem de 15 em 15 minutos. Liberando o acesso, mas vendendo tudo que quem pode pagar mais consegue, lendo nosso desejos através de um "Algoritmo" eficaz e cada mais mais inteligente!

Por essas e outras, sempre temos esperança de dias melhores, já que o sol continua a brilhar em cada amanhecer e entardecer, mas o resto que nos rodeia se deteriora diante do caos imposto e consumido sem questionamento ou crítica pela maioria.

Espero que em algum momento os que dormem ou estão anestesiados retomem o controle da própria mente e vidas, pois tudo são processos e passageiros e o que nos impede de sucumbir é aceitar nossa natureza humana como parte da natureza e da vida e encontrar nosso propósito, seja ele qual for, deixando ao menos um aprendizado quando formos, uma frase, um exemplo, o resto é ilusão e passa. 

O que realmente importa não tem valor que o R$ possa pagar, é de graça, e está ao alcance de todos!

Pensar com a própria cabeça e recusar ser parte de uma massa alienada é o segredo de tudo! 

O mundo não vai acabar, mas nós sim, nós é quem vamos embora dentro do nosso prazo de validade e vamos construindo ou destruindo o ambiente onde somos parte viva.

Cabe a nós escolher o que queremos deixar como legado para quem fica depois de nós!

Graziela Morais

terça-feira, 24 de junho de 2025

Demência e ausência de si...

 


Nosso cérebro é um espetáculo a parte, que está sempre em movimento e nos direcionando nesta jornada. Alimentá-lo e exercitá-lo também é um desafio! 
Por mais que alguns tenha resistência, ler bastante, se alimentar corretamente e fazer exercício físico ainda é sinônimo de longevidade, inegavelmente.
Sempre  falamos desses segredos de vida longa ouvimos as frases clássicas que tem gente super saudável e produtiva que morre cedo de câncer, por exemplo, e tem pessoas com uma vida de bebedeira e e descontrole que vive até 90 anos, mas li e ouvi da Dra.Ana Cláudia Quintana, que é especialista em cuidados paliativos no Brasil, que tem um fator que ainda desconhecemos na finitude, e se mesmo com todos os cuidados morremos cedo ou com alguma doença que coloca em risco a continuidade da nossa existência, não é nenhum castigo ou porque erramos "a receita de bolo", e simplesmente o corpo com sua famosa data de validade Divina, e que se, mesmo com todos os cuidados que temos, ainda sim temos alguma dessas doenças e partimos é sinal que  fizemos nossa parte e com certeza viveríamos bem menos se não nos cuidássemos. 
Cada ser humano é único, e a falta de cuidado com nosso corpo e mente, um dia terão consequências ou não, nosso corpo é nosso templo e nosso bem maior, nossa única riqueza, mas a omissão conosco tem seu preço, uma hora a "conta chegue" a vida cobra, e os danos não são só físicos, são emocionais também, mas somos livres pra escolher nossa jornada e como vamos segui-la . E não há garantias de que fazendo assim ou de outra forma dará tudo certo, só há esperança e a certeza de que o caminho é o que importa, o hoje, o agora, o presente, viver bem no durante enquanto "existir vida e vontade de viver e partilhar a existência e toda sua simplicidade. 
Ter auto cuidado e tratar com amor essa casa que chamamos de corpo e mente enquanto há vida, nos garante vida agora no presente, no tempo de validade que nos foi destinado por Deus!
Minha mãe em sua crendice popular e fé sempre disse que "quando Deus chama" temos que ir, e não importa em que condições" e que "para morrer, basta estar vivo", e ainda citando Dra.Ana Cláudia Quintana, precisamos estar vivos na hora da nossa morte, presentes e conscientes nos últimos momentos, claro que nem todos conseguem, mas estar presente e vivos em tudo que fazermos (mind fulness) faz toda diferença nos dias atuais.
Percebo em casa a evolução de um parente com demência e como a mente humana vai se deteriorando lentamente, e como diz um terapeuta amigo, quando certa vez disse que achava que estava ficando louca, "quando você está enlouquecendo você não percebe, se acha que está louca, você ainda está aí".
Há uma linha é tênue entre a sanidade e a demência, como disse alguns especialista que conversei, depois que se vira "a chavinha" já era, o cérebro vai dando sinais e vai se deteriorando sem percebermos. E você vai indo embora, aos poucos, sem volta.
Certa vez li que a diferença entre o esquecimento de cansaço estresse e Burnout, por exemplo, é que nesses casos você esquece a chave pela casa, mas diante de uma demência, você esquece como essa chave funciona. Esquecer a funcionalidade das coisas, é a questão, é a prova que está se distanciando de si, num processo lento e percebido só por terceiros, geralmente os que convivem com você.
Queremos viver mais hoje em dia, então isso tem um preço, e com a longevidade somada a vida corrida e ao estresse, vem as doenças diversas que nos acometem na velhice, e apesar da cabeça acompanhar os novos tempos muitas vezes o corpo vai dando sinais de cansaço e da idade, inevitavelmente.
E muitas vezes nos preocupamos com a solidão ou mesmo quem estará ao nosso lado, se não tivermos filhos e netos e começarmos a nos ausentar de nós, mas a verdade é que filhos e netos não são garantia de cuidados e amor na velhice, se não construirmos uma via harmoniosa sendo gentis com quem nos cerca não teremos apoios de ninguém de fora nem se de sangue, ter empatia cultivar as boas amizades é a chave para que as pessoas tenham prazer em cuidar de você quando precisar e não um fardo, como é muitas vezes.
Obrigar filhos e netos a cuidar de um ser humano que não foi presente ou significou algo, é um fardo pesado, por isso temos que nos cercar de quem realmente nos quer  bem durante a jornada, sendo gentis e respeitosos com todos que nos cercam, para que quando precisarmos e estivermos nos distanciando de nós mesmos a ajuda venha, de forma orgânica e natural.
Temos controle de muitas coisas na vida, mas sobre a morte e nossas ausências de nós mesmos, não. 
Então a meta é alimentar bem cérebro e corpo para que possamos tentar chegar conscientes da nossa existência até o ultimo respirar!
Estar vivo e consciente na hora da nossa partida é um privilégio que Deus dá a poucos!
E seguir grato diante de cada amanhecer enquanto existirmos conscientemente é uma dádiva!

Graziela Morais

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