quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Geração Paracetamol - Uma geração inerte, apática e indiferente!

A medida que os anos vão passando, vamos ficando mais anestesiados e insensíveis com a realidade atual.

Li uma reportagem tempo desses que dizia assim:
"Cientistas da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, revelaram um novo efeito colateral do paracetamol, um dos analgésicos mais populares do planeta. O estudo publicado nesta terça-feira (13/04/2015), no site da universidade, aponta que o uso do medicamento pode diminuir a capacidade do paciente de sentir emoções, como alegria e tristeza." (http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2015/04/paracetamol-pode-limitar-a-sua-alegria-diz-estudo.shtml)

Então eu deduzi que essa falta de sensibilidade é culpa do paracetamol (podemos culpa-lo sem dó para disfarçar nossa inércia)!

É por isso que a humanidade está assim, anestesiada para sentimentos, sem manifestar qualquer reação simples de alegria e tristeza no dia a dia...
A culpa é do paracetamol (dizem eles).
Apelidei então nossa geração atual de "Geração-Paracetamol", pois mesmo querendo, não podemos manifestar qualquer tipo alegria (pois causa inveja e mal estar em alguns), nem tristeza ou mesmo falar problemas pessoais (pois falar de problemas e doenças sempre foi um repelente natural desde sempre).

Hoje todas as nossas ações, projetos e sonhos tem que ser feitos em "off", em segredo absoluto para dar certo, pois se publicado como diário em redes sociais é o caminho certo para o fracasso.

Demonstrar afeto é sinal de fraqueza, é piegas.
Demonstrar respeito e carinho e "passar certificado de otário"!
Dizer que ama então "ixiiiiiiiii" loucura total.

Então a moda é ser imparcial! Não sinta, dissimule!

Certa vez me deparei com um homem sujo desacordado no chão, mas estava respirando, por estar sozinha passando, confesso que não tive coragem de me aproximar, pois o primeiro impulso é que devemos ajudar, daí lembramos de tudo que vemos e ouvimos em noticiários sobre drogas, violência, estupros, assaltos e bate um pânico que em alguns segundos nos colocam em dúvida, pois conheço casos de gente que tentou ajudar e foi surpreendida por bandidos e bêbados aproveitadores.
E que fazer? Como saber? O que sentir?

Certa vez um amigo falando na sala dele foi se afastando para traz sem perceber a mesinha atras dele, e caiu num tombo horroroso. Nós da sala do lado no impulso levantamos como quem pudesse atravessar o vidro que nos separava e ajudar. Mas os da sala dele nem se levantaram para ajuda-lo a se levantar. Foi como se nada tivesse acontecido. E depois que ele se levantou todos direcionaram o olhar para seu computador e seguiram indiferentes, para o nosso espanto.

A mesma coisa é quando tentamos ajudar alguém ou algum grupo, e as pessoas, quando percebem sua boa vontade em ajudar, te exploram ao ponto de te fazerem se sentir culpada ao primeiro sinal de desistência. Então se você tem problemas, e por algum motivo não pode mais ajudar, já era, você vira refém da situação e quando vê está num ciclo vicioso sem volta.

Então dessa forma, você até se compadece, quer ajudar, mas por conta dos golpes, medo, entre outros, você tranca seu coração, acaba vedando olhos e ouvidos para não perceber, não ouvir ou ver nenhuma situação que lhe cause qualquer compaixão ou dó.

Não generalizo, mas ajudar o próximo, em alguns casos, virou comércio, tem sempre um "espertalhão" a frente e um grande número de pobres mortais ajudando em silêncio  por puro amor e caridade, sendo explorado por quem só quer "se ajudar" na verdade e está pouco se importando com os problemas alheios.

Essa discrepância e falta de equilíbrio, faz com que tenhamos que abdicar de sentimos bons, natos e puros, para não ser explorado por quem só está a frente muitas vezes, para tirar proveito da situação.

Você comenta que há crianças na sua rua precisando de roupas e sapatos e logo tem um "justiceiro" que diz:
"você viu, então o problema é seu, leve pra sua casa e cuide"!

Você quer resgatar um cão de rua e não tem dinheiro mesmo sendo uma ação em grupo, por exemplo, e a responsabilidade é sempre de quem viu primeiro... você viu, você se vira. Então nesse caso se puder fazer o faça sozinho ou não o faça.

E assim seguimos, sofrendo muitas vezes com as injustiças e decepções, porque quem mais ajuda é quem menos tem.
Quem muito tem, geralmente não se sensibiliza com qualquer coisa que realmente faz sentido, preferem colocar os que menos tem para sentir e ajudar por eles e contar vantagens lá na frente.

Fora que hoje em dia, ninguém mais quer saber o que você sente ou pensa, guarde para você!

Quando vem a pergunta clássica: Olá tudo bem?
Não há interesse algum na resposta, observe!
A ideia é ser rápido, breve e não aprofundar, não olhar nos olhos e segui correndo para o que tem a fazer.

O pensamento é: Seja superficial, nunca fale de você!
Não sinta, não demonstre, e viva essa vida artificial, superficial e sem graça.

Essa é uma triste realidade aparentemente irreversível!

Mas sigamos então sem perder a fé e a esperança de dias melhores, fazendo nossa parte, com nossa minúscula contribuição diária, pois é isso que nos move a continuar buscando o caminho do amor e do bem!

E rezemos para que Deus nos conserve puros e livres do mal e que nenhuma dificuldade, imparcialidade alheia a que somos submetidos diariamente ou decepção, nos tire o sorriso e a alegria de viver!

#grazielaMorais #façamosNossaParte #sigamosNoCaminhoDoBem #TenhamosFé 

Graziela Morais

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