Desde o dia 11 de março estou confinada em casa em quarentena para proteger os dois que temos aqui em casa, que são do grupo de risco, mãe e pai.
Ficar em casa nunca foi problema porque a anos tenho tido essa rotina caseira, reclusa, onde o corpo e a mente foram se acostumando a tranquilidade de uma vida simples e sem muitas gastos.
A anos fico em casa, com meus bichos, trabalhando o mesmo estudando ou lendo.
Já não não me atrai festa barulhentas ou baladas populares, que gosto de ambientes mais calmos, com boa música, bom papo, sempre considerando que dependo de transporte público e não possuo status e grana pra ostentar em grandes eventos, pois na volta pra casa sempre dependendo de transporte público ou uber, o que me faz recuar muitas vezes pensando na logística dessas saídas.
E não suporto a ideia de dormir fora da minha cama, que pra mim é meu refúgio acolhedor.
Adoro minha cama, o cheiro do meu quarto, do meu pijama e da sensação de banho quente e meu travesseiro. Gosto do silêncio do meu quarto, de ver filmes e descansar dormindo bem para acordar disposta e tranquila no dia seguinte.
Nesse confinamento o desafio, não é ficar em casa, mas sim ficar em casa com um celular com problemas para gravar áudio, ou seja nada de áudio nem vídeo (ouço tudo, mas não tenho voz literalmente) e ter que sair para resolver coisas básicas.
O silêncio forçado do celular me faz ficar mais quieta e refletir, o que a própria situação nos exige, mas as saídas que antes eram rápidas e práticas hoje vêm carregadas de medo, angústia de um inimigo invisível chamado Covid19.
Um vírus que está matando aos milhares no mundo inteiro e destruiu nossos sonhos e planejamentos feitos para este ano.
Um ano atípico e arrasado por bichinho microscópico que nos tira o ar e mutas vezes a vida!
Ficar sem ar, sem voz e sem vida ou ficar em casa, para não encontrá-lo tão cedo e proteger quem amamos.
A rotina exaustiva de voltar pra casa é nova e tensa, chinelos na porta, água sanitária, álcool, banho, roupas de molho, tudo que vem da rua sendo limpo com álcool ou água sanitária, e mesmo assim o medo que dói no peito ao pensar que por um vacilo esse vírus maldito pode ter pego carona em nós e do dia pra noite levar pessoas que amamos.
Não há remédio, não há vacina, não há cura eficaz, não se sabe sobre sequelas nem quando a vida tomará seu curso normal, tudo é novo, tudo está sendo estudado e a história só será escrita quando tudo isso passar definitivamente.
E até pra recomeçar, é difícil definir hoje um ponto dia partida ou dia do recomeço, livre de todo mal, tudo se torna imprevisível!
Uma lição:
A simples conclusão que não temos controle de NADA, nem da nossa própria vida, pois em janeiro parecia tão distante um vírus na China do outro lado do mundo e em março o mesmo vírus já tomava o mundo todo trazendo insegurança e pânico.
Muitos nem ligam, acham que é mentira da mídia, que estão enganando a todos nós como uma grande fábula, que logo logo será revelada.
Em contra partida, os números são reais e assustadores, vídeos, histórias, testemunhos e túmulos são abertos para receber os corpos no mundo todo, onde muitos como na Itália já fazem a opção de cremar os corpos por não ter mais onde colocá-los, já que morrem uma média de 800 por dia, quase uma geração de idosos indo embora impunemente...
Hospitais de campanha são criados para tratar os muitos que serão contaminados nessa onda inevitável...
E os profissionais de saúde lutando bravamente para salvar o máximo de vidas possível, colocando em risco e perdendo as próprias vidas muitas vezes.
Muita gente fala que é Deus punindo o ser humano, eu discordo!
Acredito num Deus de amor, que nos dá o que precisamos e nos dá livre arbítrio para agir com achamos melhor, mas tudo tem consequências!
"Tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convêm", somos livres, mas temos que ser responsáveis para arcar com as consequências da falta de respeito e amor pelo pelo próximo, seja gente, bicho, planta ou planeta!
Claro que vírus e doenças sempre são consequência de algo, seja negligência, poluição ou descuido do ser humano com o planeta que ele vive.
E de certa forma essa parada brusca significou uma reflexão mundial, pois com esse confinamento internacional pode ser percebido o ar ficando mais limpo, a natureza florescendo e seguindo seu curso natural e belo, que não conseguem nos dias atuais, devido a essa correria, compulsão, consumismo e ambição.
Dessa forma espero que ficar em casa signifique algo. Que as pessoas possam refletir sobre tudo isso e repensar seus valores e suas reas prioridades, já que hoje seja rico ou seja pobre, a única coisa que estamos desejando é respirar e sobreviver!
Vejamos a estatística e números hoje e reflitamos!
Deus nos proteja! #QuemPuderFiqueEmCasa
Graziela Morais
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