Aos pouquinhos esse acessório foi tomando espaço, virando moda, e se tornando necessário em todos os momentos do dia!
Ficar atualizado com as notícias da CBN, Rádio Camara e Senado, ouvir as músicas preferidas e relaxaaaaaar...
Esses dias estava indo para o trabalho, no meu percurso repetitivo e diário e observei que as pessoas, que já haviam perdido o hábito de dizer um bom dia ou simplesmente olhar para o lado, no ônibus ou mesmo na rua, hoje estão cada vez mais solitárias. Cada pessoa segue séria, concentrada, muitas dormem ao som da música, outras andam pelas ruas sorrindo, ou mesmo cantando sozinha, em sua jornada diária, mas sem prestar atenção aos sons, que em brasília, são tão urbanos, som dos carros, dos poucos vendedores ambulantes, dos pedintes, dos amigos que muitas vezes se encontram na rua, do sonorizador do semáforo que informa que ele pode passar...
No trabalho ele (o fone) virou polêmica:
-Não é permitido nos dois ouvidos! Apenas um ouvido é permitido, o outro tem que ficar atento ao som da voz do chefe que quando necessita de algo tem que ser atendido pontual e precisamente naquele segundo!
E dessa forma somos agora seres cada vez mais individuais e sozinhos:
-Uns ouvem informações atualizadas nas principais rádios de notícias;
-Outros concentrados em seu "momento de fé" rezam, agradecem e pedem por um mundo melhor em rádios religiosas;
-Outros ouvem no último volume aquele "som esperto" que sempre está bem alto, para que o serviço fique num ritmo acelerado;
-Outros ouvem mpb, ou algo mais relaxante para evitar o estresse do dia-a-dia e terminar o dia com o corpo tranquilo e a mente leve...
Não importa a intenção, polêmico ou não, ele veio pra ficar!!
Agora é torcer, para que todos façam como as mulheres, que conseguem fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, e que apesar da concentração no seu fone-inseparável, o cérebro fique sempre alerta, para sorrir e dar seu bom dia. Para que percebamos que o fone se tornou "válvula de escape" para enfrentar as dificuldades com alegria e música, mas não pode nos escravizar e nos tornar, mesmo que inconscientemente "robozinhos" mudos e pouco sociáveis!!
Graziela Morais